quinta-feira

silêncio

SILÊNCIO!
Um poeta morreu!
Faça-se o luto necessário, somente o necessário, nada supérfulo!
homenagem é construída
mas o que dela é absorvida?
palavras ditas,
bocas emanam sons,
ruídos sem muita definição, sem muita dicção!
não são importantes!
tudo que se diz, nada fica
nada convence
só uma coisa resta
o Silêncio!
amigo tão inóspito, nunca queremos abrigá-lo, compartilhar dele!
sempre o subjulgamos inadequado
impossível algo mais solidário que você!
nefasto tu não és
compassivo abrangente!
abre mão de tua beleza para que o nada seja dito de inuméras formas!
Silêncio!
respeite.
a cada dia que passa mais um poeta morre.
morre sufocando suas palavras
agora não mais as solta aleatoriamente
uma a uma
como quem colhe a sabedoria
porque respeita o grande poder que elas tem quando não são escritas
o grande poder de quando elas não são ditas
o mágico grande poder
do Silêncio!

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